quarta-feira, 8 de junho de 2016

Trabalho pronto de APS!!!

Orientador: Professor José Marques Filho









São Paulo
2015


NATANAEL ALMEIDA AMORIM










A ÁGUA PARA LÁ DA ESCASSEZ








Professor: José Marques Filho





São Paulo
2015


INTRODUÇÃO



Apesar do acesso a água potável ser um direito básico e um pressuposto para a vida, saúde e desenvolvimento humano, milhões de pessoas ainda sofrem coma privação de acesso a esse recurso natural. De acordo com o relatório divulgado em 2014 pela Organização Mundial de Saúde, 748 milhões de pessoas ainda não tem acesso a água potável e outras 1,8 bilhões tem aceso a uma fonte contaminada. Já no que se diz respeito ao saneamento básico a OMS informou que 2,5 bilhões de pessoas ainda não tem acesso a um saneamento adequado enquanto outras 1 bilhão tem de fazer as suas necessidades fisiológicas ao ar livre.

Apesar dos objetivos de desenvolvimento do milênio, fixado em 2005, de reduzir pela metade o número de pessoas sem acesso a água potável ter sido alcançado em 2010, o número de pessoas sem acesso a água potável ou ao saneamento básico ainda é preocupante, tendo em vista que essas pessoas tema sua saúde e futuro comprometidos.

A crise de d’agua mesmo sendo uma realidade atual, ainda não ocupa lugar de destaque entre as preocupações do governo tão pouco as primeiras páginas de jornal, um dos motivos se deve ao fato de que essa crise afeta, em geral, uma parcela de população mundial carente, pobre e pouca ou nenhuma influência na política.

Neste trabalho abordaremos como é feita a distribuição da água no planeta, qual a origem desta crise, quais os seus efeitos e quais as possíveis soluções para acabar de vez com esse problema que ceifa anualmente milhões de vidas e condena outras centenas de milhares a uma vida de pobreza e miséria.




SUMÁRIO



1. escassez na abundÂncia 5



2. Água potÁvel: necessidade humana bÁsica e direito humano fundamental 7



3. SANEAMENTO BÁSICO, UM PRESSUPOSTO PARA DIGNIDADE HUMANA 10



4. BENEFÍCIOS DA DISPONIBILIDADE DE SANEAMENTO E ÁGUA POTÁVEL PARA TODOS 12



4.1 IGUALDADE DE OPORTUNIDADE 12

4.2 DIMINUIÇÃO DE DOENÇAS 13

4.3 REDUÇÃO DA MORTALIDADE INFANTIL 13

4.4 DIMINUIÇÃO DE MORTE EM DECORRÊNCIA DE DOENÇAS INTESTINAIS, TRANSMITIDAS POR ÁGUA DE BAIXA QUALIDADE 13

4.5 AUMENTO DA PRODUTIVIDADE 13



5 CRISE DA ÁGUA ATINGE OS MAIS POBRES 16



6. FALTA D’ÁGUA NO CENÁRIO MUNDIAL, UMA CRISE ADMINISTRATIVA 19



7 CRISE HÍDRICA O CENÁRIO ECONÔMICO 21



8 BIBLIOGRAFIA 23



1. ESCASSEZ NA ABUNDÂNCIA



Segundo o Instituto de Pesquisa Geológica dos Estados unidos da América, cerca de 70% da camada externa do nosso planeta, ou seja, ¾ da superfície da terra é constituída por agua, são aproximadamente 1,4 bilhão de KM cúbicos (só para ter uma ideia um KM cubico representa um milhão de litros d’agua), apesar de apenas 3% desse total se referir a agua potável, a quantidade ainda é muito grande, porém, mesmo com essa abundancia cerca de 750 milhões de pessoas ainda é privada do acesso a agua potável, tendo que fazer caminhadas árduas ou pagar preços abusivos para obter esse recurso natural que mesmo abundante para muitos, para alguns ainda é escasso.

De acordo com o Relatório do Desenvolvimento Humano publicado em 2006 pelo Programa das Nações unidas para o Desenvolvimento humano publicado em 2006 pelo Programa das Nações Unias para o Desenvolvimento (PNDU) a falta de agua para alguns membros da sociedade, ao contrário do que muitos pensam, ocorre pela má administração desse recurso e pela desigualdade social e não necessariamente pela falta física.

Isso se prova verdade quando se analisa os dados, em geral das 750 milhões de pessoas que ainda não tem acesso a quantidade mínima diária de agua potável 90% desse número está localizada em países pobres ou em desenvolvimento denuncia a Unicef. E geral a falta d’agua é uma crise vivenciada pela população pobre, que constitui uma classe social com pouca ou nenhuma influência política e que por esse motivo são deixadas de lado, não acompanhando os progressos do seu próprio pais. América, cerca de 70% da camada externa do nosso planeta, ou seja, ¾ da superfície da terra é constituída por agua, são aproximadamente 1,4 bilhão de KM cúbicos (só para ter uma ideia um KM cubico representa um milhão de litros d’agua), apesar de apenas 3% desse total se referir a agua potável, a quantidade ainda é muito grande, porém, mesmo com essa abundancia cerca de 750 milhões de pessoas ainda é privada do acesso a agua potável, tendo que fazer caminhadas árduas ou pagar preços Segundo o Instituto de Pesquisa Geológica dos Estados unidos da abusivos para obter esse recurso natural que mesmo abundante para muitos, para alguns ainda é escasso.

De acordo com o Relatório do Desenvolvimento Humano publicado em 2006 pelo Programa das Nações unidas para o Desenvolvimento humano publicado em 2006 pelo Programa das Nações Unias para o Desenvolvimento (PNDU) a falta de agua para alguns membros da sociedade, ao contrário do que muitos pensam, ocorre pela má administração desse recurso e pela desigualdade social e não necessariamente pela falta física.

se prova verdade quando se analisa os dados, em geral das 750 milhões de pessoas que ainda não tem acesso a quantidade mínima diária de agua potável 90% desse número está localizada em países pobres ou em desenvolvimento denuncia a Unicef.

E geral a falta d’agua é uma crise vivenciada pela população pobre, que constitui uma classe social com pouca ou nenhuma influência política e que por esse motivo são deixadas de lado, não acompanhando os progressos do seu próprio pais.



2. ÁGUA POTÁVEL: NECESSIDADE HUMANA BÁSICA E DIREITO HUMANO FUNDAMENTAL

Aqui está a famosa piramide de maslow, conforme pode se observar as necessidades fisiológicas é a base da piramide e para ascender á outros graus, segundo Maslow, é necessário saciar essa necessidade fisiológica primeiramente, portanto, a água, assim como outras necessidades fisiológicas é algo fundamental para o desenvolvimento de qualquer ser humano.

Entende-se como agua potável (do latim potus, bebida, potabilis, bebível e potare, beber) a agua que pode ser consumida por pessoas e animais sem risco de contaminação de doença. O termo se aplica a agua que foi tratada para o consumo segundo os padrões de qualidade exigidos pelas autoridades nacionais e internacionais.

Agua de qualidade é o mais crítico e mais importante elemento para a vida humana. Compõem certa de 60% a 70% do nosso corpo, e é extremamente importante para quase todas as funções do nosso dia a dia.

No uso doméstico como:

Bebida;

Higiene pessoal;

Higienização do ambiente aonde vive;

Fins culinários;

Higienização do local de bichos de estimação;

Irritações de plantas, jardins etc.

No uso público como:

Higienização de hospitais,

Escolas e demais estabelecimentos;

Lavagem de ruas;

Combates de incêndios;

Navegações;Chafarizes.

No uso industrial como:

Industria onde a agua é utilizada como matéria prima (indústrias alimentícias e farmacêuticas, gelo, etc);

Industria onde a agua é utilizada para refrigeração (por exemplo, metalúrgica);

Industria onde a agua é usada para lavagem (matadouros, papel, tecido, etc); Industria onde a agua é usada para fabricação de vapor (caldeiraria), etc.

O uso comercial como:

Restaurantes, bares, padarias, açougues, lanchonetes, feiras etc;

Na parte Agrícola:

Escritórios.

Agua potável ou até mesmo agua doce disponível é algo muito restrito. Cerca de 97,61% da agua total do planeta é proveniente das aguas dos oceanos; calotas polares e geleiras representam 2,08%, agua subterrânea 0,29%, agua doce de lagos 0,009%, agua salgada de lagos 0,008%, agua misturada no solo 0,005%, rios 0,00009% e vapor d’agua na atmosfera 0,0009%.

E diante desse percentual, somente 2,4% é agua doce, porém, somente 0,02% está disponível em rios e lagos que abastecem a humanidade e podem ser consumidas. Dessa pequena porcentagem ainda mais as reservas disponíveis.

Diante de todos esses números a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou uma nota com uma previsão de que até 2050 aproximadamente 45% da população não terá acesso a quantidade mínima de agua potável.

Mesmo o Brasil sendo um país privilegiado com grade parte da água doce passando por nosso rios, o potencial hídrico do país está mal distribuído. Um grande exemplo disso é a Amazônia, que é uma das cidades menos habitadas e que contém a maior bacia fluvial do mundo.

Em contrapartida, as maiores populações encontram-se as capitais, que se encontram distantes dos grandes rios brasileiros, como Amazonas, o São Francisco e o Paraná.

O principal local com problema de escassez ainda é no Nordeste, aonde a falta de acesso a agua está fazendo com os moradores optam pela migração para as grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro e assim agravando a escassez nessas cidades.

Após quase 15 anos de debates sobre a questão, a assembleia geral da ONU reconheceu no dia 28/07/2010 (quarta-feira) o cesso a uma agua de qualidade e a instalações sanitárias como um direito humano.

Mesmo com o reconhecimento da ONU como um direito humano o acesso a agua potável, a própria ONU reconhece que não vai demorar muito, para uma boa parte da população não ter mais acesso ao mesmo, ou seja, sendo direito ou não, se as coisas continuarem como estão, cerca de 45% da população não terá mais acesso a quantidade mínima agua potável, como já foi citado acima.

Foi publicado em 21/03/2014 no sitewww.ebc.com.br os seguintes números:Mais de 1,4 bilhão de pessoa no mundo vivem sem acesso a agua potável; As precisões apontam que o número de pessoas que vivem em países submetidos a grande pressão sobre os recursos hídricos salte dos atuais 700 milhões para 3 bilhões até 2025;

O Brasil possui um dos patrimônios hídricos mais importantes do planeta, e circulam pelo Pais 12% da agua doce superficial do mundo;

- A região Amazônica detém 73,6% dos recursos hídricos superficiais nacionais e apenas 5% da população brasileira;

- A insegurança da agua e as alterações climáticas ameaçam aumentar, até 2080, de 75 milhões para 125 milhões o número de pessoas subnutridas em todo o mundo.

A agua é o elemento mais importante par a vida humana, e nos vemos em uma situação e onde a má administração e o mau uso desse elemento tão importante estão nos levando a uma escassez enorme. Hoje, grande parte da população mundial já vive sem acesso a agua potável, e se assim continuar, o mundo inteiro vai ficar sem acesso a esse importante e insubstituível elemento.




3. SANEAMENTO BÁSICO, UM PRESSUPOSTO PARA A DIGNIDADE HUMANA.



Saneamento básico é a atividade que cuida do abastecimento de agua potável, a coleta e tratamento de esgotos, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos e o controle de pragas e qualquer tipo de agente patogênico, visando a saúde das comunidades. É o conjunto de atividades visando proporcionar um ambiente higiênico e saudável para os habitantes.

Trata de serviços que podem ser feitos por empresas públicas ou privadas, sendo esse serviços considerados essenciais. Sendo uma das principais necessidades públicas e importantes para a saúde e par o meio ambiente.

Investir em saneamento básico é uma economia na saúde. Isso porque a ausência de um bom tratamento de agua traz muitas e graves doenças a pessoas de todas as idade, porém, crianças são as mais afetadas.

Estas doenças são causadas principalmente por microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, presentes em agua contaminada.

Febre Tifoide: Doença infecciosa que causa febre continua, mal- estar, manchas rosadas no tronco, tose seca, prisão de ventre e comprometimento dos tecidos linfoides.

Febre Paratifoide: é semelhante a Febre Tifoide, mas menos letal. É causada por infecção bacteriana, com apresentação de febre continua, eventual aparecimento de manchas róseas no tronco e diarreia.

Shigeloses: Infecção bacteriana aguda no intestino grosso. Apresenta febre, náuseas e, as vezes, vômitos, cólicas e tenesmo (sensação dolorosa na bexiga ou na região anal). Em casos graves, as fezes apresentam sangue, muco e pus.

Cólera: Doença intestinal bacteriana aguda, com diarreia aquosa abundante, vômitos ocasionais, rápida desidratação, acidose, câimbras musculares e colapso respiratório, podendo levar o paciente a morte em um período de 4 a 48 horas, se não houver tratamento.

Hepatite A: Febre, mal-estar geral, falta de apetite, náuseas e dores abdominais seguidas de icterícia. A convalescença é prolongada e a gravidade aumenta com a idade, porem há recuperação total sem sequelas.

Outras inúmeras doenças são causados pela falta de saneamento básico, por isso, além de cobrar as autoridades por um bom tratamento de agua e importante a própria população ter a consciência de saber descartar seus resíduos domésticos, pois além de tudo isso resultar em doenças, ainda afeta o meio ambiente.

Em linha gerais podemos dizer que nos últimos 20 anos a difusão dos serviços de saneamento básico no Brasil conheceu profundos avanços. Porém, ainda existem muitos problemas, principalmente relacionados com as desigualdades regionais quanto a disponibilidade de infraestruturas, um reflexo do desenvolvimento desigual do território brasileiro.

Dados do Instituo Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) afirmam que 98% da população brasileira possui acesso a agua potável, mas cerca de 17% do total de domicílios não possui o fornecimento hídrico encanado, tendo acesso a esse recurso por meio de cisternas, rios e açudes.

Em uma divisão entre cidade e campo, constata-se a diferença: 99% da população urbana tem acesso a agua potável, enquanto, no meio rural, esse índice cai para 84%.

Já a população com acesso a rede sanitária ou fossa séptica é menor, cerca de 79% em 2010, o que revela o grande número de domicílios situados em localidades com esgoto a céu aberto. Além disso, cerca de 14% dos habitantes do pais não são contemplados pelo serviço de coleta de lixo e 2,5% não contam com o fornecimento de eletricidade.

Enquanto as cidades mais desenvolvidas do pais, como São Paulo e Rio de Janeiro, apresentam índices de tratamento de esgoto de 93%, outras capitais, como Belém (7,7%) e Macapá (5,5%), não gozam do mesmo privilégio.


4. BENEFÍCIOS DA DISPONIBILIDADE DE SANEAMENTO E AGUA POTÁVEL PARA TODOS



Ter acesso a água potável e a um saneamento básico é garantia de saúde e desenvolvimento para todos que gozam desses serviços. A despesa governamental nesses dois setores deve ser encarada como um investimento, pois cada centavo gasto gera grande retorno a médio e longo prazo. Segundo a Organização Mundial de Saúde , é difícil estipular o retorno líquido do investimento em disponibilidade e saneamento e serviço de transporte d’água potável, mas avaliasse que esse retorno pode chegar a 34 ( trinta e quatro ) vezes o valor investido, ou seja, cada dólar investido nesses dois setores produz 34 (trinta e quatro) dólares de retorno, esse retorno pode voltar em forma de benefícios sociais, como a conquista de mais horas na escola por aqueles que não dispunham de educação ou pode vir em forma de benefícios industriais , que são maior produtividade dos trabalhadores e menos ociosidade por decorrência de internação por doenças acarretadas pela falta de saneamento ou água potável .Disponibilizar serviço de transporte d’água potável, melhorar a qualidade da água oferecida pela sociedade e disponibilizar saneamento básico para as pessoas carecidas desses serviços garante a elas, e a toda sociedade da qual fazem parte:
4.1 Igualdade de oportunidade



Quem não tem acesso á uma fonte de água potável em sua residência tende a sacrificar preciosas horas do seu dia para exercer a árdua tarefa de busca-la em fontes distintas, muitas dessas pessoas, em sua maioria mulheres, sacrificam seus estudos para poder se dedicar diariamente a tarefa de colher água ,Segundo a Organização das Nações Unidas ( ONU ), a necessidade de recolher e transportar água á longa distância impede que milhões de mulheres frequentem a escola condenando –as a vida de analfabetismo e restringindo suas oportunidade de ascensão social. Administrar pra que todas as residências tenham serviço de transporte d’água potável canalizada, por um preço acessível, faria com que essas mulheres pudessem frequentar a escola, gerando assim um ganho social inestimável.


4.2 Diminuição de doenças



Proveniente da falta de saneamento básico: Segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano do ano de 2006, a falta de saneamento, ou as más condições de saneamento básico, é o principal fator que contribuiu para a disseminação de doenças infecto contagiosas , e também fomenta a infecção por malária na África que ceifa milhões de vida por ano. Investir para que as pessoas passem a ter acesso á um saneamento de qualidade, segundo o RDH de 2006 salvaria milhões de vida anualmente.
4.3 Redução da mortalidade infantil:



Ter acesso à água contaminada ou não ter acesso á um saneamento básico constituem a principal causa dos 1,8 milhões de mortes anuais por decorrência da diarreia, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2006, ter acesso à água potável e a um saneamento básico poderia reduzir as chances de morte de uma criança em decorrência de diarreia em 50 %.
4.4 Diminuição de morte em decorrência de doenças intestinais, transmitidas por água de baixa qualidade



O número de pessoas que morrem por ano por consumir água de qualidade baixa é alarmante, em total de 10 (dez) milhões de vida são ceifadas anualmente em decorrência desse problema. Em geral as mortes ocorrem em localidades da África que não dispõe de serviço de transporte da água potável, e com isso as pessoas que vivem nesses lugares são obrigadas á recorrer ás outras fontes (rio, açudes, lago etc.) que por vez então contaminados em transporte d’água potável e também em tratamento d’água de fontes comprometidas.
4.5 Aumento da produtividade



Pessoas que usufruem de serviço de saneamento básico e transporte de água potável adoecem menos e com isso tem um aumento consideravelmente alto em sua produtividade. Menos tempo gasto em busca de água potável e diminuição de casos de doenças ligado à falta d’água e saneamento básico, significa maior frequência na escola, maior produtividade no trabalho e melhor qualidade de vida São inúmeros os lucros sociais resultantes do investimento na disponibilidade d’água potável e saneamento para todas as pessoas que carecem desses serviços, porém, engana-se quem conclui que o investimento nesses dois setores gera retorno apenas social.

Um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com o título de “ Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento Brasileiro “ lista os inúmeros benefícios para a economia brasileira caso houvesse um investimento considerável feito no setor de saneamento básico.

O estudo revela que por ano, 217 (duzentos e dezessete) mil pessoas se afastam de seu posto de trabalho para tratar de doenças causadas por falta de saneamento básico, o prejuízo para os empregados que tem que pagar os funcionários hospitalizados, mesmo sem esses trabalhar, chega a R$ 238 (Duzentos e trinta e oito) milhões de reais por ano.

O estudo garante que, se houvesse uma universalidade do acesso á rede de esgotos a economia seria de R$ 745 (Setecentos e quarenta e cinco) milhões de reais em menos de duas décadas, o investimento também salvaria 1,277 (mil duzentos e setenta e sete) pessoas por ano.

Outro benefício para a economia nacional, caso houvesse saneamento básico para todos, é a elevação de renda para os trabalhadores da classe média e baixa, o estudo afirma que “com uma saúde mais adequada, o trabalhador falta menos, aumenta sua produtividade em 13,3% e, consequentemente sua renda na mesma proporção”.

O estudo ainda afirma que ocorreria uma elevação de 3,8 % na massa de salários e em números equivale a um aumento de R$ 41,5 bilhões de reais por ano.

O estudo concluiu que o capital gasto para dispor saneamento básico para todos os brasileiros é uma cifra muito inferior que o lucro e os benefícios econômicos que esse investimento geraria. Investir na disponibilidade de acesso á água, também gera retorno econômico.

Uma pesquisa desenvolvida pela escola de negócios Cass Business Scholl, afirma que um aumento de apenas 10 % no número de pessoas que tem acesso á água potável nos países que fazem parte do bloco econômico Blics, elevaria o crescimento do PIB per capita do bloco cerca de 1,6 % ao ano. É indiscutível que disponibilidade de água potável e oferecimento de desafio de oferecer esses dois serviços para a população mundial são os benefícios que esses investimentos traria, melhor qualidade de vida, menor índice de mortalidade em decorrência de males das saúde resultantes de falta desses dois serviços, crescimento e desenvolvimento econômico e igualdade social são benefícios que justificam qualquer gasto.



5. CRISE DA ÁGUA ATINGE OS MAIS POBRES




“A maioria dos países dispõe de água suficiente para satisfazer a necessidades domésticas, indústriais, agrícolas e ambientais. O problema está na gestão “, afirma o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2006, divulgado no dia 09 de novembro pelo programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O estudo considera essa situação “uma crise dos pobres “.

Estima-se que, no mundo, existem aproximadamente 1,1 bilhão de pessoas sem acesso á água limpa e 2,6 bilhões sem acesso á sistema de esgoto. O problema, contudo, não está relacionado á escassez física da água, mais sim a pobreza “A maioria dos países dispõe de água suficiente para satisfazer as necessidades domesticas, industriais, agrícolas e ambientais. O problema está na gestão”, afirma O RDH 2006, divulgado pelo PNUD. O estudo intitulado “Alem da escassez: poder, pobreza e a crise mundial da água”, destaca que essa é, acima de tudo “uma crise dos pobres”.

Devido sobretudo á falta de água potável e saneamento, 1,8 milhão de crianças menores de 05 anos morrem com diarreia por ano o equivalente á uma criança á cada 19 segundos. É a segunda principal causa de morte na infância, só atrás das infecções respiratórias.” Ainda que possa ser evitada com medidas simples, a diarreia mata mais que tuberculose e malária, seis vezes mais que os conflitos armados e, entre as crianças, cinco vezes mais que a AIDS”, calcula o relatório enfatizando que água limpa e saneamento estão entre os mais eficientes métodos preventivos para reduzir a mortalidade infantil. Incluindo adultos, são registrados 5 bilhões de caso de diarreia por ano nos países em desenvolvimento.

Dentre os oito objetivos de Desenvolvimento do Milênio estabelecidos pela ONU, está a redução pela metade, até 2015, da proporção de pessoas que não desfrutam desses recursos. Contudo, as projeções do RDH 2006, apontam que no ritmo atual, o compromisso será atingido somente em 2016 no caso da água e em 2022 para o saneamento. A análise por região mostra ainda as diferenças marcantes. A América Latina já cumpriu a meta da água e deve cumprir a de saneamento em 2013. A África Subsaariana, porém, só atingira a meta da água em 2040e a de esgoto em 2076.

No Brasil, aproximadamente 90 % da população tem acesso à água potável , número semelhante ao de países com alto índice de desenvolvimento humano , como Coréia do Sul ( 92 % ) e CUBA ( 91 % ) .A taxa de atendimento na coleta de esgoto no país é de 75 % inferior á do Paraguai(80%) e á do México(79%).Os dados da PNUD mostram que ambos indicadores evoluíram entre 1990 e 2004 no Brasil, mas ratifica o peso da pobreza neste cenário , afirmando que os 20 % mais ricos da população brasileira, desfrutam de níveis de acesso á água e saneamento comparáveis ao de países ricos , enquanto os 20 % mais pobres têm uma cobertura inferior à do Vietnã.

De acordo com o relatório, os investimentos necessários para atingir as metas do Objetivos do Milênio, são de cerca de US$ 10 bilhões por ano até 2015, o que corresponde de 5 á 8 dias de despesas militares no mundo.” A Índia por exemplo, gasta 8 vezes mais da sua riqueza nacional em orçamentos militares do que em água e saneamento. O Paquistão gasta 47 vezes mais. A Etiópia, um dos países mais pobres do mundo e com uma das taxas de cobertura mais baixas (e algumas das taxas de mortalidade infantil, por diarreia mais elevadas), ainda consegue mobilizar um orçamento militar quase 10 vezes superior ao da água e saneamento “, revela.

Mais do que uma questão de recursos e tecnologia, o subfinanciamento da área refletiria, assim, a falta de vontade política dos governos em colocar água e esgoto com prioridade. O RDH 2006 cita como exemplo a possibilidade de,em 2015, a Agência Espacial Norte-Americana( NASA) enviar á Júpiter uma sonda espacial que investigará a composição de vários lagos de água salgada de baixo de superfícies de gelo daquele planeta. E observa:” A ironia que representa a despesa de milhões de dólares por ano por parte da humanidade na exploração do potencial de vida em outros planetas seria imensa, e trágica, se, ao mesmo tempo, permitíssemos a destruição da vida e das capacidades humanas no planeta Terra, por falta de tecnologia muito menos exigentes a infraestrutura para fornecer água potável e saneamento para todos “.

O relatório recomenda, assim que os governos estabeleçam um mínimo de 1% do PIB para investir em água e saneamento, seguindo um plano nacional com estratégias bem definidas, para acelerar o processo nessa área; e que também trabalhem para reverter a desigualdade social. Sugere ainda, a criação de um Plano de Ação Global liberado pelos países do G8, que concentrem os esforços para a mobilização dos recursos e coloque a água e o saneamento no centro da agenda de desenvolvimento, partindo da premissa que a água é um direito humano básico. Todos deveríamos de dispor de pelo menos 20 litros de água por dia, e as pessoas pobres deveriam obtê-la gratuitamente “, recomenda o PNUD.



6. FALTA D’AGUA NO CENÁRIO MUNDIAL, UMA CRISE ADMINISTRATIVA


Em pleno século XXI, bilhões de pessoas clamam por água, a sede insaciável ainda é realidade para muitas famílias ao redor do mundo. Miséria, desigualdade, doença e morte assombram aqueles que carecem de doses diárias d’água. Em meio a esse cenário, é fácil imaginar que a única vilã é a escassez física desse recurso natural. Contrariando o senso comum de que a falta d’água é consequência de uma crise hídrica resultante de uma escassez física do recurso natural, pesquisas apontam que a falta desse recurso no mundo deve-se na verdade em grande parte a uma crise administrativa.

À medida que a população mundial aumenta e enriquece, o consumo de água aumenta proporcionalmente, esse fator é chamado de “pegada hídrica conforme um pais enriquece a sua população tende a utilizar mais água, seja pra saciar sede, seja por adquirir produtos que utilizam água em seu processo de produção. Havendo uma boa administração desse recurso hídrico ele pode ser dividido igualitariamente para os diversos setores da sociedade, suprindo as necessidades de cada um sem que haja desperdício, porém, a realidade mundial não chega nem perto dessa distribuição igualitária, o que se pode observar na maioria dos países, principalmente os em desenvolvimento ou pobres, é que há uma parcialidade por quem administra esse recurso natural em favorecer alguns setores econômicos da sociedade, ou seja, em geral quem administra a distribuição de água tende a oferece-la em maior abundancia para o setor agrícola e industrial, deixando em segundo plano a distribuição para o consumo doméstico. O resultado é que a falta de água em milhões de residências se deve principalmente pela escassez econômica desse recurso.

Um relatório feito pelo InternationalWaterManagmentInstitute (Instituto Internacional de Gerenciamento de Água, IWMI), diz que existem três tipos de escassez de água, a escassez econômica, física e artificial.

Escassez econômica: a escassez econômica, afirma o relatório, ocorre devido á falta de investimento e é caracterizada por pouca infraestrutura e/ou desigualdade de distribuição.

Escassez física: A escassez física esta relacionado com a falta física desse recurso natural, e acontece quando a oferta de água é menor que a demanda da população.

Escassez artificial: Segundo o relatório a escassez artificial acontece quando há um exorbitante do recurso, o resultado é que ocorre desperdício de água; os rios , lagos e açudes tendem a secar e/ou poluir.

Frank Rijsberman, diretor-geral do IWMI, afirma que um bilhão de pessoas vive em regiões ao redor do globo onde há escassez econômica de água. A Agricultura é a principal viça nesse cenário, pois mesmo as regiões que sofrem econômica tendo água suficiente para suprir as necessidades das pessoas carenciadas e ainda oferece-la em quantidade suficiente para os demais setores, quem a administra acaba que privatizando o setor agrícola, que em geral usa mais água potável que o necessário. O efeito é que as diversas regiões que sofrem com escassez econômica, segundo o relatório, tem a água de seus lagos ricos e represas utilizadas principalmente para irrigação, sobrando pouco menos que 25% do total para uso industrial e humano.

De acordo com o RDH 2006, “ A escassez que se encontra no coração da crise mundial tem as suas raízes no poder, na pobreza e na desigualdade, não na disponibilidade física da água “.O relatório afirma que a maioria das pessoas que sofrem sem acesso á água não vive em regiões pobres ou em desenvolvimento ao redor do globo, os números do RDH 2006 falam por si só, de acordo com o relatório 15 % da população mundial não tinha acesso à água potável até aquele ano, sendo que a região que mais sofria com essa crise era a África Subsaariana, tendo cerca de 40 % da sua população sem acesso á uma fonte melhorada de água potável, Esse número revela uma realidade inquestionável, a crise d’água é uma crise dos pobres, e isso se deve por que essa parte da população mundial não usufrui de influência política, sendo assim são deixadas de lado pelos seus governos, que não investem na infraestrutura de transporte de água potável, o resultado é que milhões de pessoas que vivem em regiões que dispõem de bacias hidrográficas suficiente para suprir suas necessidades , ainda assim carecem de água.



7. CRISE HÍDRICA O CENÁRIO ECONÔMICO




A diminuição da agua no planeta é constante e silenciosa, e a falta desse recurso natural infringe danos a diversos setores da sociedade, entre eles a economia.

Quando há falta de agua potável a economia é comprometida, dois setores econômicos fortemente afetadas são os setores agrícola e industrial, que dependem de grande quantidade de agua para a fabricação de seus produtos, e que sem o acesso a ela como um insumo tem prejudicado todo o seu processo de produção, ocasionando perdas ou baixa produção.

A agua é um dos principais recursos produtivos para diversas industrias; no setor têxtil, na produção de bebidas e na fabricação de celulose o acesso a agua é um pressuposto indispensável para a criação dos seus produtos. Também na agricultura, o setor que mais utiliza esse recurso natural, é imprescindível que haja agua em abundância para irrigação. Segundo a Organização das Nações unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), estima-se que a agricultura utiliza cerca de 70% do total da agua existente no planeta, enquanto o uso doméstico é de 17% e o industrial de 13%.

Quando a indústria e a agricultura enfrentam dificuldades, não tarda para que o reflexo apareça na economia. Aumento do preço do produtos acarretando ao aumento da inflação, desemprego e diminuição ou desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) são alguns dos problema gerados pelo enfraquecimento da indústria e agricultura.

A agua e a economia andam lado a lado, uma prova disso foi a crise hídrica que afetou todo o estado de São Paulo no ano de 2014 e 2015 e mostrou o quanto a carência desse recurso natural pode influenciar negativamente na economia

Segundo a Federação das Indústrias do estado de São Paulo (Fiesp), aproximadamente três mil postos de trabalhos deixaram de existir naqueles dois anos em decorrência da falta d’agua que afetou o estado, e quase que 50% das plantações agrícolas foram perdidas, gerando prejuízos astronômicos no setor.

A Fiesp também prévio que para o ano de 2015 ocorreria um grande desabastecimento de frutas e hortaliças, já que em decorrência da falta de agua, a agricultura não teria acesso a quantidades necessárias para a irrigação, o resultado foi que, no ano de 2015, os preços dos produtos agrícolas ficaram mais caros, deixando alguns inacessíveis para uma grande parcela da população.

De acordo com a Capital Econômica, renomada consultoria de pesquisa econômica, previu que a falta de agua no estado de São Paulo faria com que o PIB do estado tivesse uma retração de 0,5 a 1 ponto percentual em 2015.

A falta de agua para fornecimento a indústria e agricultura não é uma crise localizada, além do Brasil, os Estados Unidos da América também tiveram uma retração econômica em decorrência da escassez de agua no ano de 2013, fazendo com que a economia daquele pais deixa-se de crescer 0,2 pontos naquele ano.

A falta de agua na indústria e na agricultura faz com que haja uma redução na produção que por sua vez faz com que ocorra aumente nos preços dos produtos gerados por esses setores.

A escassez d’agua também contribui para o aumento da taxa de desemprego. Em geral, a falta desse recurso natural afeta diretamente a indústria e a agricultura e mostra o quão forte é o vínculo entre agua e economia.

























8.   BIBLIOGRAFIA


Relatório do Desenvolvimento Humano 2006
http:/www.unesco.org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/FIELD/Brasilia/pdf/WWWDR4%20Background
http:/www.ellosustentavel.com.br/noticias-sobre-sustentabilidade/25-investimento-em-saneamento-basico-traz-grande-retorno











quinta-feira, 2 de junho de 2016

Teoria Geral do Estado: O Anarquismo.



O anarquismo foi um movimento contemporâneo às teorias socialistas desenvolvidas por Karl Marx e Friedrich Engels. Um dos primeiros a lançar as primeiras idéias anarquistas foi William Godwin (1756 – 1836), que propôs uma radical transformação nas bases organizacionais da sociedade. Ele acreditava na criação de uma organização comunitária fundada na abolição da propriedade privada e o repúdio a qualquer tipo de lei ou governo. A razão seria o guia maior dessa nova sociedade e a total liberdade ética e política deveriam ser garantidas.

Pierre-Joseph Proudhon (1809 – 1865) foi outro importante pensador anarquista. Em sua principal obra “O que é propriedade?”, propôs críticas contundentes ao sistema capitalista. Inspirado por alguns pressupostos do socialismo utópico, ele defendia a criação de um regime político que seria guiado por uma “república de pequenos proprietários”. Bancos e cooperativas deveriam ser criadas para fornecer, sem juros, recursos a toda e qualquer atividade produtiva realizável em pequenas propriedades.

O termo anarquismo tem origem grega, e não consiste em um sinônimo de desordem ou baderna. Sua significação mais simples é “sem governo” e, na verdade, resume a oposição política a qualquer forma de poder que limite as liberdades individuais. Os indivíduos na sociedade anarquista devem adotar formas de cooperação voluntária e autodisciplina, capazes de estabelecer um equilíbrio ideal entre a ordem social e as liberdades do indivíduo.

Mikhail Bakunin (1814 – 1876) foi um dos maiores seguidores das teses de Proudhon. Discordante das teorias marxistas, Bakunin não aceitava a idéia de que o alcance de uma sociedade comunista passava pela manutenção de um Estado transitório. Para Bakunin, a abolição do Estado deveria ser imediata. Por isso, ele defendeu o uso da violência para que os governos fossem rapidamente extinguidos. Nem mesmo os partidos políticos eram vistos como vias de representação da liberdade de pensamento humano.

Essa oposição do anarquismo às instituições se inspira na idéia de que o homem precisa ser completamente livre para o alcance da liberdade. Em outras palavras, o anarquismo defende que a liberdade humana parte dos próprios homens e não de suas instituições. A responsabilidade do indivíduo deveria tomar o lugar das regras dos líderes e governos. Inspirando diversos trabalhadores pelo mundo, a ideologia anarquista atuou fortemente nos sindicatos e mobilizações trabalhistas, entre o fim do século XIX e o início do século XX.

Por Rainer Sousa
Mestre em História